JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE-2013

          Como todos devem ter acompanhado pelos noticiários nos últimos dias, o Brasil sediará a próxima Jornada Mundial da Juventude, que acontecerá em julho/2013, no Rio de Janeiro.
          Na tarde do último domingo, 18, realizou-se em São Paulo o evento Bote Fé, onde se reuniram cerca de cem mil pessoas. A multidão pode participar de um grande show de evangelização, com as presenças de vários artistas católicos, enquanto aguardava a chegada da Cruz da JMJ e do ícone de Nossa Senhora, símbolos da JMJ.
        Após a Santa Missa, foi lançado oficialmente o site da JMJ Brasil: http://www.rio2013.com/ .
        E por falar em lançamentos, já está à venda o primeiro dos três CD's especiais da JMJ. Tem como título No peito eu levo uma Cruz, verso marcante da conhecida música de Pe. Zezinho, Nova Geração. A canção também está no repertório do CD, regravada por 80 músicos católicos. O vídeo pode ser acessado em http://www.youtube.com/watch?v=nW1kze3pSts . Vale a pena assistir!

ELE É DIGNO DE TODA A GLÓRIA!

À PALAVRA, SEU DIGNO LUGAR!

Nesse mês dedicado à Palavra de Deus, reflitamos sobre o especial lugar que ela merece ter em nossa vida.

CANTOS PARA CELEBRAÇÕES - Partes Fixas

Atendendo aos pedidos de muitos dos nossos colegas ministros de música, indico alguns cantos novos, que poderão ajudar a renovar o repertório de suas celebrações. Nessa seleção, coloquei apenas cantos para o "Comum" ou  “partes fixas” da missa, ou seja, aqueles momentos que não costumam variar com o “tema do dia”, tais como Ato Penitencial, Hino de Louvor, Santo, Cordeiro de Deus.

ATO PENITENCIAL: ENCONTRO COM O PAI DAS MISERICÓRDIAS!


            Há momentos na celebração em que, quando substituídos por música, não há outra coisa para se fazer, a não ser cantar e tocar. Nesses casos, o canto é, então, o próprio rito celebrado. Exemplo disso é o pedido de perdão no Ato Penitencial.
            A tradicional ladainha do Kyrie Eleison era, na Igreja primitiva, uma oração de louvor ao Cristo ressuscitado feito “Senhor”, a quem se elevava o clamor para que mostrasse sua amorosa bondade. Posteriormente (entre os séculos V e VI), este canto foi incorporado ao rito celebrativo e começou a fazer parte de um momento de reconciliação.
            Hoje, em nossas liturgias, o ato penitencial comunitário se traduz numa sincera atitude interior de toda a assembleia que reconhece, diante de Deus, sua pobreza e fraqueza, e apela para o amor misericordioso do Cristo, seu Senhor.
            Por isso, quando substituído por algum canto, este sempre precisa conter em sua letra, para atender à orientação litúrgica, a expressão “Kyrie Eleison, Christe Eleison, Kyrie Eleison, que quer dizer Senhor, tende piedade; Cristo, tende piedade; Senhor, tende piedade”, a fim de que os fiéis, após um breve momento de silêncio, possam a aclamar o Senhor e implorar sua misericórdia. 
            Além disso, o ministro de música também deve guardar um cuidado todo especial quanto à melodia. Ora, se o momento é de reflexão pessoal, dificilmente alguém conseguirá fazê-lo com uma música agitada, que convide a dançar, pular, gritar. O ideal é uma melodia calma, com poucos instrumentos, preferencialmente teclado e violão. Não convém usar instrumentos de percussão; se o fizer, que seja apenas para suave marcação de ritmo.
            Daí então, podemos afirmar que uma boa parte dos cantos executados em nossas celebrações, embora belíssimos, mostram-se inadequados para o rito penitencial, seja pela letra incompleta, seja pela melodia vibrante. Como exemplo, citamos  “Perdão, Senhor, tantos erros cometi”, “Só Tu tens o poder”, “Conheço um Coração”, “Senhor, tende piedade e perdoai a nossa culpa...”, dentre outros.
            Vale lembrar que alguns deles servem muito mais  à preparação para o exame de consciência, do que ao pedido de perdão propriamente. Entretanto, para que sejam utilizados na celebração, é necessário combinar anteriormente com o sacerdote que preside, a fim de que ele faça, ao final do canto, a invocação “Kyrie Eleison” ou “Senhor, tende piedade”, completando, assim, o pedido de perdão. 
            Que nossa música possa ajudar a fazer do ato penitencial um momento de verdadeiro encontro dos fiéis com o Pai das misericórdias e Deus de toda consolação, que nos liberta de toda culpa e nos restitui a paz!

SALMO RESPONSORIAL: CANTO MEDITATIVO E ORANTE

                       Cantar o salmo responsorial tem-se tornado, felizmente, muito comum em nossas celebrações. Sem dúvida, isso enriquece ainda mais a Liturgia da Palavra. Afinal de contas, os Salmos são poemas musicados, inspirados por Deus, para serem entoados nos ofícios divinos do templo de Jerusalém.
                        O que alguns músicos de hoje talvez não saibam é que esse canto, na Liturgia, precisa alcançar dois objetivos: reavivar o diálogo da Aliança entre Deus e seu povo, e estreitar laços de amor e fidelidade. Para isso, o cantor precisa estar bem preparado, tanto tecnicamente quanto espiritualmente.
                        Não é demais lembrar que na Liturgia da Palavra, Deus fala através de quem dEle se faz instrumento. Assim, cantar (ou recitar) o salmo é pouco. É preciso muito mais que isso: é proclamar, orando, de modo que atinja os corações de todos os celebrantes plena e frutuosamente.
                        É conveniente também lembrar que a melodia deve ser adequada à letra e ao tempo litúrgico. Cada salmo tem uma característica própria. Basta observarmos, na Sagrada Escritura, os títulos ao lado do número do capítulo. Por exemplo: “Canto Litúrgico de Ação de Graças”(Sl. 117) ou “Miserere” (Sl. 51). Não consigo imaginar estes salmos com a mesma melodia, pois revelam situações totalmente distintas. O primeiro é um canto de júbilo, alegria, louvor a Deus, que realiza maravilhas; precisa de uma melodia vibrante e alegre. O segundo, por sua vez, é um canto de dor pela iniquidade, súplica pelo perdão; a melodia será mais contida, com sutil crescimento no refrão, mostrando que Deus é infinitamente maior que o pecado.
                        Parece um pouco complicado, mas não é. Uma dica para se compor a melodia é rezar o salmo, relacionando-o com a leitura que o antecede. O próximo passo é se perguntar “como cantaríamos, hoje, o responsório, se vivêssemos exatamente o que a leitura descreve?”. Então, é só deixar que Deus revele a melodia que atingirá os corações de quem celebra. Tenha a certeza de que, quando você entoar o salmo, só transbordará tudo aquilo que Ele fez frutificar em seu coração...
                        Convém acrescentar, por fim, a recomendação do Guia Litúrgico Pastoral, editado pela CNBB: “Mais do que nunca, quem exerce o ministério de salmista deve obter uma formação técnica e litúrgico-musical adequada”. E enumera as principais características dessa formação:
  • Formação bíblico-litúrgica – estudar cada salmo em sua relação com a primeira leitura e com o projeto de salvação;
  • Formação espiritual – saber orar com o salmo e cantá-lo de forma orante;
  • Formação musical – saber cantar com domínio da voz, com boa dicção, afinação e entrosamento com os instrumentos que acompanham;
  • Formação prática – saber manusear o Lecionário; fazer reverência à Palavra, cuidar da postura, comunicar-se com a assembléia, usar corretamente o microfone etc.
                        Portanto, aprofundemos cada vez mais no estudo e na oração, a fim de que cantemos ao Senhor “um canto que lhe seja agradável”!

"CANTAI AO SENHOR DEUS UM CANTO NOVO"!

            Quando se fala em “canto novo”, a primeira ideia que muitos têm é de que o ministério deve sempre buscar músicas recém-lançadas no mercado fonográfico.
            Mas não é bem isso que nos quer dizer esse versículo do salmo 95.  Sua mensagem nos conclama a cantar ao Senhor de um jeito novo, porque Ele é grande e digno de todo o louvor.
            O músico precisa sim atualizar seu repertório, seja inserindo novas composições, seja “modernizando” aquelas antigas, mas cuidando para que nem uma nem outra deixem de cumprir a função para a qual foram destinadas na celebração.
            Existem grupos que só entoam os mesmos cantos de quinze ou vinte anos atrás e do mesmo modo com que se fazia naquela época. Outros querem cantar, a cada celebração, todos os cantos do mais recente CD que adquiriram. Em ambas as situações, a participação do povo fica prejudicada. Cantar sempre os mesmos cantos pode levar a uma mesmice, causando coletivo desânimo; cantar só músicas novas gera insegurança na assembleia, que vai abandonando esta função, deixando-a apenas a cargo do grupo.
            O que fazer, então?
            Nós bem sabemos que, para se escolher o canto certo, é preciso considerar o tempo e o momento litúrgicos, assim como o tipo de assembleia.
            Ora, esta saberá cantar aquilo que lhe for ensinado, tarefa que também compete ministro de música. Para tanto, pode-se incluir um ou, no máximo, dois cantos novos por vez, ensaiando-os com o povo minutos antes da missa, incentivando sua participação, especialmente nos refrões.
            Com os cantos “antigos”, o recomendável é dar-lhe um arranjo atual, tornando-os mais interessante, cativando a atenção para sua letra, de modo que ninguém resista à vontade de querer cantá-lo.
            Neste tempo de recomeço, é oportuna uma avaliação de nosso ministério. Estamos cantando “de um jeito novo”? Nosso canto conduz as pessoas para Deus?
            Que Ele nos plenifique da Sua graça, a fim de que possamos conduzir nossas assembleias se unirem a nós, num verdadeiro canto novo.

CADA QUAL, UMA FUNÇÃO!

                            Você atua na Liturgia? Qual sua função?
                        As pessoas que se ocupam dos ministérios litúrgicos precisam trabalhar, juntas, pelo mesmo objetivo: favorecer a participação ativa, consciente e plena de todos na celebração, para dela colherem os frutos espirituais.
                        Atuar em conjunto não é impor suas próprias ideias, nem se sujeitar às imposições do outro. É muito mais que isso. Requer diálogo, partilha e, principalmente, respeito mútuo.
                        O ideal é que os membros de uma equipe de celebração estudem o tema proposto, reflitam e se reúnam, com antecedência, para prepara-la, cada um cuidando da parte que lhe compete. É assim que orienta a Instrução Geral do Missal Romano:

“(...) antes da celebração, o diácono, os leitores, o salmista, o cantor, o comentarista, o grupo de cantores saibam exatamente cada um qual ação lhes compete, para que nada se faça de improviso, pois a harmoniosa organização e execução dos ritos muito contribuem para dispor os fiéis à participação da ação litúrgica”. (IGMR 352)
                       
                        Se cada ministro reconhecer sua atribuição, terá consciência de que ela termina exatamente onde começa a do outro e, em consequência, saberá respeitá-lo.
                        E mais, se investir no aperfeiçoamento técnico de seu ministério e estudar os documentos da Igreja sobre liturgia, sua equipe certamente conduzirá a assembleia à ativa participação, favorecendo a edificação da Igreja em comunidades vivas e orantes.
                        Lembremo-nos, pois, de São Francisco de Assis, que, de forma simples e objetiva, nos ensina um princípio fundamental para o fiel desempenho de nossa missão: “Se você quiser servir a Deus, faça poucas coisas, mas as faça bem!”

ESCOLHA DE CANTOS PARA CELEBRAÇÕES

                     Escolher cantos para celebrações litúrgicas nem sempre é tarefa fácil. Trata-se de um assunto que ainda gera muitas dúvidas entre os ministros de música, apesar de as mais diversas publicações sobre Liturgia o abordarem. E é muito compreensível essa dificuldade, porque, com a grande propagação da música religiosa, especialmente a música católica (felizmente), há uma tendência dos agentes de música, e mesmo da assembléia, em querer executar, nas celebrações, um canto “das paradas de sucesso”, seja pelo modismo, seja pelo gosto pessoal. Nos casamentos, há uma outra agravante: os famosos temas de filmes e novelas.
                  Entretanto, convém esclarecer: existem critérios objetivos e subjetivos para incluir, nas celebrações litúrgicas, o canto mais apropriado. Cada tempo e cada momento, na Liturgia, requerem letra, melodia e ritmo próprios. Também se deve considerar que, na santa missa, há situações em que o canto acompanha o rito; noutras, o canto é o próprio rito, o que exige ainda mais cautela.
                  Tudo isso consta de documentos e estudos editados pela Igreja Católica, assim como por renomados liturgistas de nosso tempo.
                  Abordaremos, oportunamente, os tempos e momentos litúrgicos e a música para casamentos. Por ora, vamos nos ater somente a uma questão inicial: a quem compete a escolha de cantos?
                   Primeiramente, convém ressaltar que o ideal seria que toda a equipe (animador, leitores, músicos) se reunisse, num clima de fraternidade e cooperação mútuas, para preparar as celebrações de cada final de semana. Porém, o “corre-corre” dos dias atuais acaba gerando falhas na comunicação entre os participantes, ocasionando cisão das equipes e graves problemas no momento da missa.
                  Há lugares em que os grupos de música, muitas vezes não preparam, nem ensaiam nada. Preferem transferir ao sacerdote, ou mesmo a um membro da equipe de celebração a escolha de cantos. Não raras vezes, já tive notícias de que, minutos antes da celebração, foi indagado ao padre, “devo cantar esta ou aquela música no ofertório?”
                  Com todo respeito a quem tem adota essa prática, penso que isso não seja adequado. Primeiramente, porque não é obrigação do padre saber o tipo de música que o grupo e o povo saibam cantar, já que ele tem muitas outras responsabilidades. Além do mais, corre-se o risco de ele dizer, por exemplo, “não, quero que cante a música tal” e, se o grupo não conhecer o canto sugerido, haverá um clima de desconforto e insegurança mútuos. Isso sem falar que, agir dessa forma demonstra total descaso e falta de zelo pelo dom e o serviço ministerial que o Senhor Deus nos confiou.
                  Em outras situações, acontece o contrário: a equipe de música ensaia os cantos, conforme o tema do dia, e, “na hora da celebração”, o(a) coordenador(a) de liturgia quer suprimir ou acrescentar algo, de improviso, para suprir a carência do que ele devia ter preparado, e não o fez, ou para “combinar” com o que ele(a) resolveu improvisar.
                  Nem uma coisa, nem outra... Escolher os cantos da missa é tarefa que incumbe ao grupo de música, com observância do que recomenda a Igreja. É nossa obrigação, enquanto ministros de música, conhecer a liturgia, a realidade de nossa comunidade e paróquia, assim como ter um repertório que possa atender às mais diversas necessidades. Também é nossa atribuição saber classificar os cantos do CD recém-lançado, discernir se servem (ou não) para a celebração eucarística e, havendo dúvida, perguntar a um colega de ministério, ou ao responsável pela música em sua paróquia.
                  De outro lado, é certo que pode o sacerdote ou o animador (antigo comentarista) ou outra pessoa da equipe de liturgia, sugerir um ou outro canto para a celebração, principalmente em ocasiões especiais, como “Primeira Eucaristia” ou “Festa do Padroeiro”.
                   Entretanto, isso deve ocorrer com a antecedência suficiente ao preparo do grupo e não deve se tornar regra, já que alguns agentes pastorais (que sequer pertençam ao grupo de música) passam a achar que podem “impor músicas” em cada celebração, escolhendo, por fim, todo o repertório da missa.  
                  Enfim, sugestões são muito bem-vindas, mas escolher cantos para celebrações é responsabilidade dos músicos, mesmo porque são eles que saberão o tipo de música que, dentro de suas capacidades, podem oferecer à assembléia.
                  Se o canto sugerido não puder ser executado pela equipe, substitui-se por outro de seu conhecimento, sempre com letra e melodia que atendam ao objetivo da celebração.
                   Afinal, não é demais lembrar que nas celebrações litúrgicas, cada um, ministro ou fiel, ao desempenhar a sua função, faça tudo e só aquilo que pela natureza da coisa ou pelas normas litúrgicas lhe compete” (SC 28). A nossa atribuição é ministrar a música litúrgica. Para bem desempenhá-la, portanto, ensaiemos, estudemos e, principalmente, rezemos muito...