COMO CANTAR O ADVENTO

O Advento é um tempo marcado por uma certa reserva, no qual nos abstemos de entoar alguns tipos de música que costumeiramente cantamos nos outros tempos da liturgia. Não se canta “glória”, nem se usam instrumentos de percussão, evitam-se vibrações excessivas e expressões corporais de louvor. É tempo de esperança e conversão.

Todavia, de modo algum se confunde com a Quaresma, já que não é um tempo caracterizado essencialmente pela penitência. É, na verdade, um tempo de alegria pela espera para se celebrar a primeira vinda de Jesus (Natal) e pela expectativa de sua segunda vinda gloriosa.

Ora, se não é um tempo essencialmente penitencial, porque tanta temperança no cantar? É porque, ao deixarmos, por quatro semanas, de entoar o “glória”, este terá um sentido ainda mais significativo no tempo do Natal, quando cantaremos “glória a Deus no mais alto dos céus” porque nasceu-nos o Messias Prometido.

Seguem algumas dicas simples que podem nos ajudar a ministrar o canto nesse tempo e auxiliar a compreensão, pela assembléia, do verdadeiro sentido do Advento, em preparação para o Natal:

• Omitir cantos de glória e de louvor;

• Evitar cantos com melodias muito vibrantes ou agitadas, ainda que o momento na liturgia assim o requeira. Reservar essas músicas para outro tempo. Ex.: ao invés de se cantar “Santo, dizem todos os anjos”, cantar “Santo”, do Pe. Cleidimar, ou outro canto;

• Dar uma folga para o baterista ou percussionista. Se no grupo houver esses agentes, eles deverão ir se preparando para atuar, com a devida unção, no tempo do Natal;

• Nos teclados, usar suavemente o piano ou, especialmente nos dois primeiros domingos, um som contínuo, que lembre toque de trombetas (apocalíptico);

• Cantar em tons mais baixos, respeitados, é claro, os limites da tessitura de voz de quem conduz, já que, no Natal é que se deve “soltar a voz”, para cantar glórias pelo Nascimento do Salvador;

• Usar um volume compatível com o ambiente em que se celebra, verificando o número de pessoas presentes e cuidando para que o som dos instrumentos, de maneira nenhuma, sobreponha ao das vozes; isso também deve ser observado pelo sacristão ou quem suas vezes fizer, caso o equipamento de som do grupo estiver ligado ao equipamento geral da Igreja. Essa regra vale para qualquer tempo litúrgico, mas, durante o Advento, o cuidado deve ser redobrado;

• Respeitar e valorizar os momentos de silêncio, pois, na liturgia, estes não são vazios de tempo, mas sim espaços cheios da presença de Deus. Exceção: missas irradiadas, pois a transmissão de radiodifusão não pode conter “brancos”;

• Dar preferência ao Salmo cantado, com melodia adequada, para valorizar a Palavra, já que, especialmente no Advento, as leituras têm o importante papel de ajudar, e muito, na compreensão do sentido desse tempo. Não se deve jamais substituir a poesia do salmo por qualquer outro “Canto de Meditação”. Isso seria retirar da Liturgia da Palavra o valor que possui na celebração;

Assim, a beleza dessa expressão artística tão importante na liturgia, a música, certamente conduzirá cada membro da comunidade a fazer de seu coração um verdadeiro presépio para bem acolher o Menino-Deus.

MAIS QUE MÚSICOS, MINISTROS DE MÚSICA.


Muitas vezes, são os primeiros a chegar para a celebração. Montam e regulam a aparelhagem de som, afinam seus instrumentos, fazem vários testes para checar o volume ideal do microfone, repassam com a equipe de liturgia o que foi preparado etc. No final, não saem sem desmontar, guardar tudo e conferir se não estão esquecendo algo que será precioso para a próxima missa ou ensaio.
Um músico católico, entretanto, não possui apenas estas funções, que já não são poucas. Dias antes, tiveram que conseguir data e horário em que todos do grupo pudessem se reunir para rezar, ver o tema da missa, estudar a Liturgia, escolher o repertório e ensaiar, ensaiar, ensaiar. Às vezes, preparar bem uma só música leva mais de uma hora.
Ser “ministro de música” é assim! A maioria ainda são pais e mães de família, têm suas profissões, fazem faculdade ou outros cursos, mas sempre conseguem tempo para se dedicar ao serviço ministerial. Por quê? Certamente porque acreditam que receberam a “vocação especial de ser artistas” e sabem da importância de seu trabalho na liturgia e na vida de todos que se reúnem para celebrar o nosso Deus.
Isso mesmo. A música fala diretamente ao coração das pessoas! São inúmeros os testemunhos de gente que consegue rezar e glorificar ao Senhor através de um canto ministrado com unção.
Celebrando, no dia 22 de novembro, o Dia do Músico, louve e bendiga ao Senhor pelos músicos de sua comunidade ou paróquia! Ore para que saibam discernir e cumprir a vontade de Deus em seu ministério e, principalmente, para que continuem a ser canal do Amor Verdadeiro na vida de tantos que participam da Santa Missa, da Celebração da Palavra, do Grupo de Oração, dos Encontros...
A todos estes “ministros” e “ministras” que, através do cantar ou da execução de algum instrumento, buscam, incessantemente, fazer com que outros tenham um encontro pessoal com Deus, P A R A B É N S!

CANTAR A ALEGRIA DA PARTILHA!

            A liturgia eucarística de nossas celebrações inicia com o gesto de colocar bens em comum, isto é, preparar e apresentar nossas oferendas ao Senhor. Este rito pode ser acompanhado por um canto próprio, a que denominamos “Canto de Apresentação das Oferendas”.
            Inicialmente, é bom lembrar que a expressão “Canto do Ofertório” não é a forma correta de se referir, pois transmite a ideia de que o mais importante nesse momento é o canto ou, pior ainda, que a nossa oferta seja o canto entoado, o que não é verdade.
            A grande oferta da missa é o próprio Cristo; ao oferecer-se ao Pai, Ele, na unidade do Espírito Santo, oferece também a nós. O que colocamos sobre o altar são nossas ofertas materiais, nossos dons, nosso trabalho, nossa vida. É a nossa participação no milagre que acontece diante de nossos olhos: pão e vinho que se tornam o Corpo e Sangue de Nosso Senhor.
            O canto não precisa falar, necessariamente, sobre pão e vinho, mas pode conter um texto de oferta ou mesmo de louvor, como é costume no Brasil, mas sempre observando o tempo litúrgico. Quanto à melodia, deve ser apta a criar um clima de alegria em partilhar o que se tem.
            Só para exemplificar, cito alguns cantos adequados: “Minha vida tem sentido”, “Oferta de Amor”, “Um coração para amar”, “Eis nossa oferta de pão e vinho”, “Em teu Altar”, “Estar em Tuas Mãos, dentre vários outros.
            Convém ressaltar ainda que, conforme orientam a Introdução do Missal e a CNBB, como se trata de um canto “não obrigatório” na celebração, pode, em algumas ocasiões, ser executado exclusivamente pelo ministério de música ou até mesmo substituído por um solo instrumental. Também orientam que seu término não precisa coincidir com o fim da apresentação das oferendas, por ser um momento de interlúdio entre a Liturgia da Palavra e a Eucarística.
            Entretanto, nossa cultura já se acostumou à execução do canto de apresentação das oferendas e tenho observado que ele cumpre melhor sua função quando termina juntamente com o rito, de modo que nem o sacerdote nem o povo esperem desnecessariamente. O ministro obviamente deverá ter bom senso para concluir o refrão ou a estrofe que está cantando, pois parar a música “de uma hora para outra” chamaria muito mais à atenção e quebraria toda a espiritualidade do momento.
            Encerrando, cumprimento a todos que se doam para, através da música, ajudar as pessoas a encontrar o caminho de Deus e nele permanecer. Que a nossa oblação, no Senhor, frutifique cada vez mais! Feliz Dia do Músico!