O ENSAIO E A ASSEMBLEIA


                        “É preciso cantar músicas conhecidas do povo”.
                        Quantas vezes nós, músicos, já ouvimos esta expressão? Mas, a partir desta afirmação, surge uma inevitável pergunta: “Quais são as músicas conhecidas do povo”?
                        Ora, nosso povo é inteligente, tem ritmo, afinação e gosto musical apurado. Os cantos conhecidos são AQUELES QUE NÓS ENSINARMOS. É isso mesmo! Cabe a nós, enquanto ministros de música, ensinar nossas comunidades a cantar corretamente os cantos propícios para cada tempo e para cada momento na liturgia. Se nós não fizéssemos isso, cantaríamos, até hoje, somente músicas de vinte, trinta ou cinquenta anos atrás.
                        Você deve estar se perguntando, também: “como fazer isso”? Simplesmente, através do ENSAIO.
                        É importantíssimo que o ministério tenha seus dias definidos para se encontrar, preparar cantos novos e reestruturar a forma de entoar aqueles antigos (veja Ritmo Litúrgico, Informativo Fev/2011). Assim, bem preparado, o grupo terá segurança ao entoar o canto e, ao ensaiar com a assembleia, ela “sentirá firmeza” para aprender e acompanhar.
                        O ideal é que sejam reservados, antes da celebração, cerca de quinze a vinte minutos para ensaiar um ou dois cantos novos; não mais que isso. É preferível que se inove pouco, mas com qualidade!
                        Um integrante do ministério que tiver mais facilidade de comunicação conduz o ensaio (de preferência, um dos cantores). Não precisa gritar, pular, dançar etc. Basta saber explicar à assembleia que se trata de um uma música nova e em qual momento da celebração será entoada. Canta-se uma primeira vez, para apresentar o canto. Durante a execução, perceba se alguns já se arriscam a sussurrar com você e se estão fazendo corretamente; incentive a participação.
                        Depois de cantar uma vez, diga ao povo que cantará novamente, incentivando os que já aprenderam a cantar junto. Nessa vez, cante somente na primeira voz e, se houver refrão, repita-o duas ou três vezes, pois isso facilita muito o aprendizado. Se houver algum trecho da música que não está certo, essa é a hora para correções, mas faça isso com sutileza. Volte nessa parte e, logo após, convide o povo a repetir. Em seguida, cante todo o refrão ou estrofe em que o verso estiver inserido.
                        Ao perceber que a maioria já está cantando com segurança, afaste-se um pouco do microfone (cerca de um palmo) ou cante à meia-voz, caso não se use microfone em sua comunidade.
                        Sempre que oportuno, faça um elogio à assembleia, dizendo que percebeu que ela já é capaz de cantar sozinha. Convide-a para entoar novamente o canto. Agora, o ministro inicia a música e, no segundo verso, canta à meia-voz ou longe do microfone, deixando realçar a voz do povo, especialmente no refrão.
                        Você perceberá que em pouco tempo todos aprenderão a música nova. Quando isso acontecer, seu ministério terá no repertório muitos cantos liturgicamente belos e, principalmente, conhecidos do povo.