CANTAR A ALEGRIA DA PARTILHA!

            A liturgia eucarística de nossas celebrações inicia com o gesto de colocar bens em comum, isto é, preparar e apresentar nossas oferendas ao Senhor. Este rito pode ser acompanhado por um canto próprio, a que denominamos “Canto de Apresentação das Oferendas”.
            Inicialmente, é bom lembrar que a expressão “Canto do Ofertório” não é a forma correta de se referir, pois transmite a ideia de que o mais importante nesse momento é o canto ou, pior ainda, que a nossa oferta seja o canto entoado, o que não é verdade.
            A grande oferta da missa é o próprio Cristo; ao oferecer-se ao Pai, Ele, na unidade do Espírito Santo, oferece também a nós. O que colocamos sobre o altar são nossas ofertas materiais, nossos dons, nosso trabalho, nossa vida. É a nossa participação no milagre que acontece diante de nossos olhos: pão e vinho que se tornam o Corpo e Sangue de Nosso Senhor.
            O canto não precisa falar, necessariamente, sobre pão e vinho, mas pode conter um texto de oferta ou mesmo de louvor, como é costume no Brasil, mas sempre observando o tempo litúrgico. Quanto à melodia, deve ser apta a criar um clima de alegria em partilhar o que se tem.
            Só para exemplificar, cito alguns cantos adequados: “Minha vida tem sentido”, “Oferta de Amor”, “Um coração para amar”, “Eis nossa oferta de pão e vinho”, “Em teu Altar”, “Estar em Tuas Mãos, dentre vários outros.
            Convém ressaltar ainda que, conforme orientam a Introdução do Missal e a CNBB, como se trata de um canto “não obrigatório” na celebração, pode, em algumas ocasiões, ser executado exclusivamente pelo ministério de música ou até mesmo substituído por um solo instrumental. Também orientam que seu término não precisa coincidir com o fim da apresentação das oferendas, por ser um momento de interlúdio entre a Liturgia da Palavra e a Eucarística.
            Entretanto, nossa cultura já se acostumou à execução do canto de apresentação das oferendas e tenho observado que ele cumpre melhor sua função quando termina juntamente com o rito, de modo que nem o sacerdote nem o povo esperem desnecessariamente. O ministro obviamente deverá ter bom senso para concluir o refrão ou a estrofe que está cantando, pois parar a música “de uma hora para outra” chamaria muito mais à atenção e quebraria toda a espiritualidade do momento.
            Encerrando, cumprimento a todos que se doam para, através da música, ajudar as pessoas a encontrar o caminho de Deus e nele permanecer. Que a nossa oblação, no Senhor, frutifique cada vez mais! Feliz Dia do Músico!

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